Nuno Dias em entrevista ao magazine Valor

Nuno Dias, Diretor-Geral da Madre Imobiliário, concedeu na semana passada uma entrevista ao magazine Valor, publicada no jornal Nascer do Sol, que aqui reproduzimos:

“O conceito de luxo envolve sustentabilidade”

A Madre Imobiliário é uma empresa do Grupo Madre, que desenvolve a sua atividade, em particular, na promoção imobiliária. Com uma filosofia de que os projetos imobiliários devem acrescentar valor e contribuir para o bem-estar de pessoas e planeta, para a Madre um edifício não é apenas “mais betão”. Por isso, cria projetos únicos, como alguns daqueles que Nuno Dias, diretor-geral da empresa, refere nesta entrevista.

Por

 Sara Freixo

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1 de Outubro, 2021

Nuno Dias, diretor-geral

O segmento imobiliário é uma aposta do Grupo Madre numa área tradicional de investimento em Portugal. Como definiria o vosso posicionamento no mercado, considerando a vossa abordagem diferenciadora?

A diferenciação está na cultura empresarial instituída no Grupo Madre, sendo transversal a todas as áreas onde atuamos. Em todas as sub-holdings: Turismo, Capital, Entretenimento, Internacional e, claro, Imobiliário, procuramos desenvolver projetos de valor acrescentado. No caso particular do Imobiliário só consideramos um projeto completo quando conseguimos contribuir para aumentar a utilidade, o conforto e a qualidade de vida dos nossos clientes, tendo sempre em conta a sustentabilidade ambiental dos nossos projetos, que pretendemos orientados para o futuro. Essa é a nossa visão enquanto promotor. Acreditamos que é possível crescer com esses valores e é esse o caminho que queremos trilhar, contrariando a ideia de que o Imobiliário se resume apenas a “mais betão”.

A vossa área de atuação passa pela promoção imobiliária, na sua grande maioria de imóveis destinados a um público médio-alto e alto/luxo. Como caracteriza Portugal, enquanto mercado, no que respeita a este segmento de cliente?

Conheço particularmente bem a realidade do mercado de luxo. O desenvolvimento tem sido notável e hoje encontramos projetos de elevada qualidade de Norte a Sul de Portugal, quer nas áreas mais cosmopolitas, quer em áreas mais remotas. O mercado é atrativo, porque nos coloca vários desafios, desde logo o do equilíbrio. É importante não nos deslumbrarmos ao ponto de esquecermos erros passados, a concorrência de mercados mais maduros é uma realidade e não existe margem para errar. Por outro lado, temos assistido também a uma mudança de paradigma, a abordagem do imobiliário, particularmente em gamas mais altas, é hoje muito mais holística. O conceito de luxo não se resume mais à riqueza dos materiais, dimensões e soluções arquitetónicas. O foco dos clientes é cada vez mais a sustentabilidade do seu investimento e o legado que deixam para as gerações futuras.

Relativamente à promoção imobiliária, quais os empreendimentos que gostaria de destacar?

No Algarve, estamos atualmente a desenvolver dois projetos que nos têm dado particular satisfação: na Fuzeta, debruça-se sobre a ria Formosa o “Ria View”, singularmente projetado pelo Atelier Fragmentos de Arquitetura, que conta com 27 apartamentos únicos. Em Santo Estevão, desenvolvemos um loteamento que apela aos nossos sentidos, o Oliva Residences, que conta com a assinatura do arquiteto Ricardo Cabeços e da sua equipa. Em Lisboa, posso destacar um projeto de requalificação, na Avenida Visconde Valmor, desenvolvido em colaboração com o Atelier Russo Arquitetos.

Quais os desafios que a Madre Imobiliário enfrentou, aquando da pandemia, e que só foram resolvidos com recurso a alguma inovação e criatividade, da vossa parte?

A Covid-19 forço-nos a abrandar, em muitos casos a parar, condição necessária para podermos refletir e foi isso que fizemos. Revimos estratégias e apostámos no desenvolvimento digital, com duas ferramentas que nos permitissem atuar com maior eficácia, quer no acompanhamento dos projetos, quer na interação com os nossos clientes.

A pandemia fechou as fronteiras, o que deixou aos clientes nacionais mais espaço para negociar. Isso verificou-se? O mercado nacional revelou-se, durante a pandemia?

Os clientes nacionais sempre estiveram presentes, mais notados no fecho de fronteiras devido às restrições nos principais mercados emissores. Assistimos, numa fase inicial, a um adiamento dos investimentos, que foi paulatinamente retomado. São por demais conhecidas as razões pelas quais o mercado nacional assume por vezes posturas mais tímidas. Somos provavelmente o único país onde é mais favorecido o investimento estrangeiro do que o nacional e se a isso associarmos os tempos de tramitação dos processos até uma eventual decisão favorável…é preciso coragem.

O conceito de habitação alterou-se, sobretudo durante o confinamento. Quais as tendências que resultaram das novas necessidades das famílias?

Na minha opinião, a pandemia que vivemos acabou por catalisar uma tendência associada a transformações no próprio mercado de trabalho e que se vinha já verificando em vários países. Foi notório o aumento da procura por ativos fora dos grandes centros urbanos, com disponibilidade de espaço e a possibilidade de um contacto direto com a Natureza. Para além de desenvolvermos novos projetos nesse sentido, procurámos efetuar adaptações nos projetos em curso, nomeadamente garantido como “standard” a cobertura integral com rede de banda larga sem fios, quer no interior, quer no exterior das frações.

O mercado nacional tem visto o preço das casas estabilizar e subir, em determinadas regiões do país. Como avalia o estado do mercado atualmente e qual lhe parece vir a ser a sua evolução?

É uma questão interessante e, só por si, tema para um ou mais artigos. Temos assistido à correção generalizada dos valores, mas por via de um abrandamento do crescimento e não por uma inflexão. Os promotores encontram-se atualmente numa posição delicada, tentando manter os preços de venda num contexto desfavorável, em que os preços das matérias-primas e construção em geral sofreram aumentos superiores a 20 por cento nos últimos 12 meses. Apesar de o acesso ao crédito estar mais escrutinado, continuamos perante taxas de juro historicamente baixas, não se prevendo grandes alterações a médio prazo. Se associarmos a este fator a resiliência demonstrada pelo setor, é expectável a manutenção da tendência de crescimento.

Como vê o futuro da Madre Imobiliário? Quais os objetivos que ainda faltam atingir?

Continuamos com o objetivo de alinhar todos os projetos com os ODS da ONU, temos ainda muito trabalho para desenvolver nesta área e alguns projetos já em “pipe-line” que prometem surpreender… Noutro vetor, a dinâmica do mercado, a diversidade de aspetos analisados, quer por clientes, quer pelos restantes intervenientes no processo de compra e venda, incluindo entidades financiadoras, impele-nos a procurar novas abordagens, novas reflexões. Este é o desafio que lançamos diariamente a toda a massa crítica da Madre, enquanto garante da continuidade do nosso sucesso.

www.madreimobiliario.com