
Na localidade do Freixo, em Ponte de Lima, em pleno coração do Minho, inaugurou no passado dia 12 de outubro a adega industrial que faz parte integrante do projeto de enoturismo Vila Galé Collection Paço do Curutêlo. A iniciativa resulta da parceria entre os Grupos Vila Galé e AP Hotels & Resorts, nas pessoas dos seus chairmen, Jorge Rebelo de Almeida e António Parente, respetivamente.
Os dois mentores, amigos de longa data, partilham a visão do desenvolvimento do interior do país pelo enoturismo, tal como acontece já com o Vila Galé Douro Vineyards, o primeiro projeto conjunto, localizado no concelho de Armamar e com características semelhantes, em que se aliam a podução vínica e o turismo.
O atual conjunto decorre de um investimento de 20 milhões de euros e vai criar 42 postos de trabalho diretos.
A referida adega, apetrechada com os mais modernos equipamentos no setor, situa-se numa propriedade com um total de 57 hectares, dos quais 20 ocupados com vinha, e está preparada para a produção de 250 mil litros/ano de vinho verde. Edifício inteiramente integrado na paisagem vinhateira, dispõe de um espaço industrial e ainda de um piso para a exposição das marcas do Grupo Vila Galé e da Quinta de S. Sebastião, provas de vinho e apresentações, cujo traçado arquitetónico proporciona a panorâmica abrangente da vinha. Na mesma ocasião, foi dado a provar a uma grupo de convidados o vinho verde branco ‘batizado’ com o mesma designação da propriedade, Paço do Curutêlo, um monocasta Loureiro, criação do enólogo Ricardo Gomes.
No mesmo espaço, está a surgir uma nova unidade hoteleira de raiz, com 69 quartos, piscinas exteriores para adultos e crianças, salão para eventos, bar, dois restaurantes, um spa, uma biblioteca e um espaço museológico dedicado à história do local.
A unidade hoteleira está implantada junto ao antigo Paço do Curutêlo, classificado Imóvel de Interesse Público em 1977 e que está a ser recuperado como elemento de destaque deste conjunto patrimonial. O Paço ou Castelo do Curutêlo dispõe, como o nome indica, de uma feição acastelada, está integrado em plena área rural, sobranceiro a um pequeno vale, e vai ressurgir em breve, graças a uma criteriosa reabilitação, após uma sucessão de vicissitudes, ao longo do seu historial, que pareciam conduzir à inexorável destruição do antigo castelo. O edifício foi adquirido pelos atuais detentores em fevereiro de 2022.
Vencendo constrangimentos de diversa ordem, nomeadamente de índole burocrática, os dois investidores conseguiram, graças à sua teimosia, a reabilitação do edifício, ainda não concluída. Já a unidade hoteleira tem inauguração marcada para abril de 2025.
O ato inaugural ocorrido no passado sábado foi integrado num programa cultural alargado, levado a cabo em pleno centro do referido município, com o apoio do Município de Ponte de Lima (a mais antiga vila portuguesa, com foral outorgado em 1125 por D. Teresa de Leão, mãe de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal).
Assim, incluiu uma visita à Igreja de S. Francisco, muito perto da zona ribeirinha do Lima, e a espaços que dão a conhecer o património e a história do concelho, como o Centro de Interpretação de História Militar local. Por sua vez, o Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde de Ponte de Lima abriu as portas para uma prova de vinho verde, não fosse o concelho inserido na Região do Vinho Verde, e a jornada inclui também a exibição da etnografia local, com um rancho folclórico. Os convidados foram recebidos, junto à adega, por um grupo de bombos característico minhoto, com muita animação.
14 de outubro de 2024
