Acaba se ser lançada uma edição em livro sobre Alberto Cruz, arquiteto que criou o projeto do AP EVA Senses, na altura designado Hotel EVA, inaugurado a 1 de abril de 1966 e que se tornou um marco na cidade de Faro, além de uma referência na arquitetura da hotelaria no Algarve.
A edição, coordenada por Bernardo Pizarro Miranda, docente do Departamento de Arquitetura e Urbanismo do ISCTE e investigador do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE), João Alves da Cunha e Manuel Possolo da Cruz, sistematiza a vasta obra de Alberto Cruz, um autor maior da arquitetura portuguesa.
Alberto Pereira da Cruz (1920-1990), ou Beto Cruz, como gostava se ser chamado, faz parte de uma fornada de arquitetos que se formou e trabalhou ao longo de grande parte do século XX, deixando uma marca de modernidade na hotelaria do Algarve e e demais localidades do país.
O arquiteto já fora alvo de uma exposição comemorativa do seu centenário, em 2020, no ISCTE, em Lisboa. Conhecido por saber interpretar o «sonho alheio» – como refere Manuel Possolo da Cruz no catálogo daquela exposição -, foi com esse espírito que aceitou o desafio de desenhar o projeto do então Hotel EVA, marcado pelo arrojo e a inovação. Para tal, basta lembrar que se tratou do primeiro hotel na região a dispor de uma piscina no rooftop do edifício, um verdadeiro desafio de capacidade construtiva e de investimento financeiro.
Alberto Cruz foi ainda responsável por outros projetos icónicos da hotelaria no Algarve, como o Hotel Alvor-Praia, inaugurado um ano depois do EVA, e ainda os hotéis Baía e Cidadela, em Cascais, o Museu do Caramulo e o edifício da antiga Feira das Indústrias, em Lisboa, entre outros, e é recordado hoje como uma das figuras mais marcantes da arquitetura portuguesa do século XX.
4 de novembro de 2024